domingo, 6 de setembro de 2015
Sobre meter o pé as vezes
Já faz pelo menos uns cinco anos que tenho uma aposta mental comigo mesmo. Sabe, dessas coisas de não pisar na borda dos ladrilhos da calçada, de chegar a calçada do outro lado da rua antes de o carro passar por sua coordenada y, é aquela espécie de aposta sem nenhum compromisso mas que você simplesmente arriscaria sua vida para vencê-la, bom, o meu negócio é que eu sempre tenho que viajar, rodar mais e mais km do que no ano anterior. E fico feliz em dizer que venho vencendo a mim mesmo, ano após ano.
Para mim, algumas coisas estranhas acontecem aonde não falam da mesma forma que estou habituado a ouvir, lá aonde as pessoas já não agem mais com obviedade, e sim eu, por mais pura ironia mesmo. Lá aonde os rostos já não são tão familiares ao ponto de eu ficar especulando mentalmente quais foram miscigenações que aconteceram por estes novos quadrantes. Essa porra de lugar é aonde eu gosto realmente de estar.
Esse lugar é tão mágico que ele não existe, pelo simples fato de estar sempre um passo a frente, sempre um passo adiante. E tão somente após chegar lá, ele já quase que automaticamente faz parte do meu âmago, e então, é hora de partir de novo e de novo e de novo, novo.
domingo, 23 de agosto de 2015
Aí Dona Ana... sem palavra hein, a senhora é uma rainha!
Já faz algum tempo que perdi a minha avó materna. De qualquer forma, mesmo assim a lembrança de Dona Ana é coisa rotineira na minha vida, mulher forte, dona de boteco, viúva e de fala estridente, dificilmente não alcançava as coisas que queria, era, como se diz, uma mulher de fibra. Em minha infância, nossa relação era praticamente maternal, claro, do jeito dela. Ela me ensinou muitas coisas importantes da cartilha clichê de coisas que se ensinam a crianças ao mesmo passo em que comprava todas as porcarias que uma criança de 7 anos gostaria de comer.
Ela literalmente movia o mundo para me ver feliz.
Os anos se passaram e toda vez que eu ia visitar a Dona Ana era para vê-la no fundo de uma cama, invariavelmente reclamando de alguma coisa.
Algum tempo depois ela veio a falecer. E foi aí que estreitamos nossos laços.
Eu tinha a porra de 7 anos de idade, como é que iríamos trocar uma ideia com igualdade a essas alturas?
Em meio a depoimentos de parentes, fotos e outros registros, e algumas poucas lembranças eu somente constatei que o meu amor e carinho pela Dona Ana é sim eterno. Eterno.
quarta-feira, 27 de maio de 2015
O lado triste tech dos dias atuais
A tecnologia sempre foi agradável aos olhos de quem é curioso, e curioso meus amigos, sempre foi o meu sobrenome. A oportunidade única de estar "na crista da onda" e experimentando coisas que nunca ninguém antes experimentou é algo que me soava próximo do sublime, como estar dentro de uma cena de "De volta para o futuro", era mágico, era propriamente dito: estar no futuro. Eu sempre quis estar no futuro. Sempre enxerguei a tecnologia como uma coisa que somente melhoraria a vida das pessoas, um apoio, uma espécie de upgrade humano.
Não me sinto vanguarda do movimento tecnológico, mais em específico o computador, mas posso dizer com propriedade que tecnologia sempre esteve presente na minha vida. Quando meu pai colocou seu primeiro computador com suporte a Windows em casa eu simplesmente não dormia tentando entender a lógica quântica por trás do mouse: "Pai, deixa eu mexer no rato por favor?". Aquela tela azul (ou seria verde?) piscina de background do windows mexia tanto com a minha cabeça que por anos foi minha cor predileta.
A questão problemática a qual observo hoje é que por vezes estamos totalmente reféns de uma barra de chips interligados que carregamos o dia todo no bolso. É praticamente uma obrigação alimentá-lo, abastece-lo, e é claro, o apertar como um retardado mental a todo filho da puta de momento. A questão é que talvez ele já não nos auxilia, ele nos parasita. Ele já não nos lembra, ele nos obriga. As vezes eu acho até que ele está acabando com as nossas vidas.
Hoje eu me peguei observando esse carinha que chegou cheio de boas intenções e parece que levou muitos amigos meus para longe, muita coisa boa ficou sem ser vivida, muitas emoções foram registradas mas sinceramente não sei ao certo quantas foram sentidas. O filho da puta esteve tão bem apresentado este tempo todo.
Mas talvez eu só esteja ficando velho;
e chato;
e muito saudosista.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
only you can control your hapiness
only you can control your hapiness
Player1 já não sabia mais jogar.
Assim que golpeia pelo flanco esquerdo, exércitos caem a sua direita. Joga com astúcia e se move quase que instintivamente no terreno de jogo, seu suor é aparente e sua expressão passa uma calma quase que irrefutável. Somente uma máquina opera com tanta precisão e destreza.
E como pode achar que em meio a toda essa derrocada existe glória? Como assumir a possibilidade de uma derrota se nem ao menos se sabe as regras do jogo?
Sem jogo. Ganhar simplesmente já não importava. Retirando o elmo de sua cabeça, notou que saia com um pouco mais de dificuldade do que quando o colocou. O player1 já não sabia jogar, mas hoje, esta era sua vitória.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
RadioAtividade
A radioatividade é um fenômeno natural ou artificial, pelo qual algumas substâncias ou elementos químicos, chamados radioativos, são capazes de emitir radiações, as quais têm a propriedade de impressionar placas fotográficas, ionizar gases, produzir fluorescência, atravessar corpos opacos à luz comum.
"As coisas estão sempre mudando. Ano novo. Vida nova"
Eu sempre ouvi tudo isso meio alheio -meio cagando e andando mesmo- porém dessa vez a situação é totalmente outra. Eu posso falar com propriedade do que é as coisas estarem sempre mudando, caras, estes últimos dois anos, e, em mais específico este último tá sendo mudança pra caralho mesmo! Já não acho loucura chegar a uma cidade pela primeira vez só com uma mala em mãos.
Falando em mudanças, esta época de final de ano, o retorno a casa dos meus pais (temporário) e ao convívio dos amigos antigos foi um período para refletir sobre elas. E meio que notei que venho sendo um agente causador de mudança. Ora boas, ora ruins. Mas elas não estavam neste mesmo local quando eu cheguei até elas. Todas as pessoas que convivi nesses últimos dias tive a oportunidade de se não mudar alguma coisa, instigar o pensamento livre e questionar algumas coisas. E acreditem isso me tem feito valer a vida.
Estive pensando também, em publicar aqui algumas fotos e talvez vídeos dessa nova jornada solitária. Terei tempo para tal.
Em tempo, amanhã estarei me mudando para outro estado com o mesmo objetivo. Mudar. Talvez continuar a saga de levar a mudança para as pessoas de modo que isso seja uma mudança constante na minha própria vida.
Eu estou gostando disso.
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